Dia Internacional da Enfermagem

Nesta semana, que se comemora internacionalmente no dia 12 de maio, o Dia da Enfermagem, o SIMTRI gostaria de prestar sua homenagem a estes profissionais, homens e mulheres, que se dedicam diuturnamente à saúde de nossa população. Mais do que isso, arriscam suas vidas e de suas famílias para salvar a de outras milhares de pessoas, como assistimos diariamente nos relatos do combate ao Coronavírus.

O Dia foi criado pelo Conselho Internacional dos Enfermeiros e a data escolhida remete para o aniversário de Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna.

Obrigado a todos vocês que junto com outros profissionais da saúde se dedicam a essa causa tão nobre. Um fraterno abraço virtual!

 

Quem foi Florence Nightingale

Ela nasceu em 12 de maio de 1820 em Florença, na Itália. Filha de pais ingleses, foi criada na Inglaterra e as visitas aos doentes que fazia com a sua mãe foram cruciais para que decidisse iniciar um trabalho junto de aldeões doentes. Esta experiência a levou para a enfermagem apesar da oposição da sua família. Inscreveu-se no curso de enfermagem das ordens católicas religiosas em Kaiserwerth, na Alemanha, tendo completado o curso em três meses.

Com as diversas viagens pela Europa, observou as várias vertentes da Enfermagem e publicou estudos comparativos entre os diversos países, sendo o seu principal desejo a fundação de uma escola de enfermagem com novas bases.

Com a Guerra da Crimeia em 1853, veio o convite para se tornar superintendente de um grupo de enfermeiras voluntárias, para ajudar os ingleses feridos em batalha. Quando chegou aos locais de conflito se deparou com condições difíceis para o exercício das suas funções como a falta de camas, poucas condições sanitárias ou tratamento incorreto dos doentes. Com trabalho árduo e muita dedicação, Florence conseguiu transformar vários hospitais de campanha em refúgios para os soldados, com condições dignas para os pacientes.

Criou cinco cozinhas dietéticas, uma lavandaria, salas de café e salas de leitura proporcionando aos feridos momentos de lazer. As enfermeiras efetuavam rondas noturnas com uma lâmpada para observar o estado dos soldados. O inovador tratamento dos pacientes fez de Florence um “anjo de guarda dos soldados”, que a imortalizaram como a “Dama da Lâmpada”. As alterações introduzidas por ela levaram a uma baixa do índice de mortalidade, diminuindo de 42,2% para 2,2%. Quando as condições deste hospital se tornaram mais satisfatórias, Florence foi para a Crimeia (atual Ucrânia) organizar outros dois hospitais militares.

Regressou a Londres em Julho de 1856, quatro meses após a Declaração de Paz. A reputação obtida pelos seus atos heroicos mereceram a atenção da Rainha Victória de Inglaterra, que a condecorou com a Cruz Vermelha Real em 1883 e em 1907 ela se tornou a primeira mulher a receber a Ordem de Mérito.

Mas foi a 9 de Julho de 1860 que Florence Nightingale concretizou o seu sonho: fundar uma Escola de Enfermagem. De acordo a sua filosofia, esta nova escola assentou princípios inovadores que transformaram o mundo da enfermagem até aos dias de hoje. A direção da escola passou a ser responsabilidade de uma enfermeira, o ensino se tornou mais metódico através da prática e a seleção das candidatas passou a se basear em critérios como o ponto de vista físico, moral, intelectual e aptidão profissional. Nightingale foi responsável pela introdução do ensino teórico e esquematizado da Enfermagem. O sistema de escolas de Florence se difundiu rapidamente. De tal modo que no fim da Primeira Grande Guerra mais de mil escolas funcionavam com muitos livros de formação técnica e abundância de publicações profissionais.

A comemoração deste dia é uma homenagem a todos os enfermeiros, relembrando e salientando a importância que têm na prestação de cuidados gerais e especializados à população.

 

A heroína brasileira chamada Ana Justina Ferreira Néri

Nasceu na Vila Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira do Paraguaçu (Cachoeira), em 13 de dezembro de 1814. Viúva do capitão-de-fragata Isidoro Antônio Néri, viu seus familiares mais próximos serem convocados para a Guerra do Paraguai e solicitou  ao presidente da Província da Bahia poder acompanhar os filhos e o irmão, ou pelo menos prestar serviços voluntários nos hospitais do Rio Grande do Sul, no que foi atendida. Embarcou em Salvador, com a tropa do 10o Batalhão de Voluntários da Pátria em agosto de 1865, na qualidade de enfermeira.

Serviu, como voluntária na Guerra do Paraguai (1864-1870), como auxiliar do corpo de saúde do Exército Brasileiro. A partir deste contexto ofereceu seus serviços como enfermeira ao presidente da província enquanto durasse o conflito. Durante toda a Guerra do Paraguai, prestou serviços nos hospitais militares de Salto, Corrientes (Argentina), Humaitá e Assunção (Paraguai), bem como nos hospitais da frente de operações. Viu morrer na luta um de seus filhos e um sobrinho. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1880, aos 66 anos de idade.

Em sua convivência diária com os médicos, no trato conjunto das obrigações, adquiriu conhecimentos terapêuticos, mas o bom senso aliado ao seu olhar de mãe que cuida de filhos doentes muitas vezes fez prevalecer sua opinião aos médicos.

Assim como Florence, a enfermeira baiana conseguiu transformar a realidade sanitária local, impondo condições mínimas de higiene para que doenças não se alastrassem e feridas fossem tratadas. Na luta pela recuperação dos pacientes eram usados recursos da época como iodo, cloreto de potássio, água fenicada e cauterização, além de beberagens de plantas medicinais.

Ana Neri é considerada a primeira pessoa não-religiosa a dedicar-se aos cuidados com a saúde de uma comunidade ou população. O governo imperial lhe conferiu a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe.

Precursora da Cruz Vermelha, é considerada a primeira enfermeira do Brasil. Em sua homenagem a primeira escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão no país foi denominada Ana Neri (1923). Em 10 de agosto de 1938, o presidente Getúlio Vargas, assinou o decreto nº 2.956 instituindo o Dia do Enfermeiro no Brasil, no dia 12 de maio, onde devem ser prestadas homenagens especiais à memória de Ana Neri, em todos os hospitais e escolas de enfermagem do país.

Ana Neri foi contemporânea de Florence Nightingale, mas não existem indicações de que elas sabiam da existência uma da outra. No entanto, foram semelhantes na maneira de agir: ambas ricas, estudadas, cultas e poliglotas, severas e disciplinadoras e dedicadas às tarefas de cuidar dos sofredores nas guerras em que participaram ativamente (Ana, na Guerra do Paraguai e Florence, na Guerra da Criméia).

 

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